Não podemos esquecer, que estes critérios não foram feitos para identificar síndromes de sobreposição e, na suspeita de autoimunidade, a biopsia hepática ainda é fundamental sendo, por vezes, o melhor árbitro e guia terapêutico. Seria útil uma comparação entre os 2 sistemas de classificação na determinação que doentes necessitariam realmente de biopsia hepática e quais beneficiariam com a terapêutica imunossupressora. Para além da necessidade de uma validação em grandes estudos prospectivos dos critérios simplificados, temos ainda por esclarecer se haverá algum critério de classificação melhor para uma determinada população. Será este baixo Tofacitinib valor
de concordância obtido no artigo de Correia L. et al 15 um aviso que os critérios simplificados não serão os ideais para a nossa população? Qual o melhor score para a nossa população
portuguesa? Esperamos que este estudo seja o primeiro de vários para obtenção das nossas respostas. “
“A hepatite autoimune (HAI) é uma inflamação do fígado de etiologia desconhecida1 and 2. Pensa-se que na sua fisiopatologia estejam envolvidos fatores ambientais, falência de mecanismos de imunotolerância e predisposição genética que, em conjunto, vão induzir uma resposta celular contra antigénios Linsitinib research buy hepáticos, mediada pelos linfócitos T, levando a um processo progressivo de necroinflamação e de fibrose2, 3 and 4. É uma doença relativamente rara, sendo a prevalência de 11 a 17 indivíduos por cada 100 000, com uma incidência de 1 a 2 indivíduos DNA ligase por ano por cada 100 0002. Pode surgir em ambos os sexos (embora seja mais frequente no feminino) e em todos os grupos etários e raças1, 2, 5 and 6. O diagnóstico baseia-se nas alterações histológicas, nas características clínicas e nos achados laboratoriais (aumento das globulinas
séricas e presença de um ou mais autoanticorpos característicos)1, 2, 7, 8, 9 and 10. Tem apresentação clínica variável, pelo que o seu reconhecimento pode ser difícil. Frequentemente assintomática ou com sintomas inespecíficos (fadiga, icterícia, náuseas, dor abdominal e artralgias), pode também apresentar-se como hepatite aguda grave ou como falência hepática fulminante, com necessidade de transplante hepático9, 11 and 12. Assim, deve ser suspeitada em qualquer doente com aumento das aminotransferases6. Quando não é tratada, a HAI tem mau prognóstico, com desenvolvimento de cirrose hepática em menos de 10 anos e com sobrevivência de 50% aos 5 anos5 and 6. Por outro lado, com terapêutica imunossupressora, à qual mais de 80% dos doentes responde, a maioria pode esperar sobrevivência normal e com boa qualidade de vida13 and 14. Por esse motivo, o diagnóstico e o tratamento atempados são fundamentais5 and 6.